quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Para 2008 e Eu QUERO PAZ

O Nome: Paz

Olga Savary

Uma certa pomba coroa nossa fronte
a nos falar de um tempo pau-brasil
dias e mais dias em que seu nome
é não o escrito mas o vivido
de ver a alegria do povo pelas ruas,
de clamar seus nomes nas esquinas,
de antes murcha vê-la crescer em força
em novo cotidiano nas calçadas.
A beleza é sua cúmplice e o risco
e a noite, qual um dia, na avenida,
descerrar ventos e descobrir dunas
onde só asfalto havia. Seu nome, Paz,
é poesia: didática de escrever
não sobre a beleza inútil mas sobre
a solidária verdade comum a todo ser.
Então nos perturbarás, ainda que festa,
peso da terra que és em nossa mão
e embora a tenhamos para sempre
no desejo e no imaginário
sabemos que dia virá ela virá
temor por ser porto e navio
a ir embora, chegada e partida,
um sempre-nunca, incansável caça,
a começar de novo mal se acaba
e no pau vermelho a inscrevemos:
liberdade.

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